D. Afonso Henriques

Visitar Portugal é conhecer milénios de história e cultura, mas visitar Guimarães é conhecer parte do ADN português. A apenas 50 km do Porto, Guimarães oferece ruas históricas, monumentos, arquitetura religiosa, antigos solares, palácios e museus.

O nome Portucale deriva do latim, que significa Portus (porto) e Cale (belo), dando origem mais tarde ao Condado Portucalense e, atualmente, é a raiz do nome do país. Em termos de estabilidade fronteiriça, Portugal é o país mais antigo da Europa. O corajoso e carismático D. Afonso Henriques, mais tarde Rei Afonso I de Portugal, liderou o Condado Portucalense até à independência e expansão do território para sul.

D. Afonso Henriques terá nascido no Castelo de Guimarães em 1109. O castelo está aberto ao público, em bom estado de conservação e é um monumento que merece ser visitado, pois tornou-se um símbolo da história de Portugal. O imponente castelo medieval do concelho de Guimarães, perto do Campo de São Mamede, tornou-se um ícone de batalhas heróicas e impressionantes.

D. Afonso Henriques era filho de D. Teresa de Leão e do Conde D. Henrique de Borgonha, e neto do rei de Leão e Castela, em Espanha, a quem prestava vassalagem. Na altura da morte do pai, o Condado Portucalense era constituído pelas terras entre os rios Minho e Mondego, sendo Guimarães e Coimbra as cidades mais importantes.

A escolha do tutor coube ao Conde D. Henrique de Borgonha, que faleceu quando D. Afonso Henriques tinha apenas três anos de idade. Egas Moniz, o preceptor, nasceu numa localidade do distrito do Porto, era um cavaleiro exímio e um ilustre membro da nobreza portuguesa, que lhe proporcionou a melhor educação física e militar e os princípios morais da época.

Cavaleiro aos 16 anos, D. Afonso Henriques perseguiu incansavelmente os seus objectivos independentistas e destacou-se na condução de exércitos. Em 1128, ousou enfrentar a mãe na batalha de São Mamede, muito perto de Guimarães, opondo-se à desejada união do Condado com a Galiza. O dia da batalha, 24 de junho, ficou conhecido como A Primeira Tarde Portuguesa, pois marcou o início do processo de fundação da nacionalidade.

Após a batalha, D. Afonso Henriques transferiu a capital de Guimarães para Coimbra, estabelecendo aí a sua corte. Nos anos seguintes, dedicou-se à expansão para sul, à conquista de territórios ocupados por muçulmanos, à demarcação de fronteiras, à concessão de forais e à construção de castelos para fixação de populações.

Em 1139, Portugal passa de condado a reino, com o príncipe D. Afonso Henriques a assumir o título de rei. Só em 1147 conquistou Santarém, Sintra, Lisboa, Palmela e Almada. Morreu em Coimbra em 1185, após o que o seu filho, o rei D. Sancho I, continuou a expansão dos territórios para sul.

Casado com D. Mafalda de Saboia em 1146, teve sete filhos. A rainha dedicou-se a actividades religiosas e caritativas, à educação dos filhos e a obras de utilidade pública. Morreu após doze anos de casamento. Atualmente, jaz num túmulo junto ao marido e ao rei, na Igreja de Santa Cruz, em Coimbra.

Com a alcunha de O Conquistador, o reinado de D. Afonso I foi o segundo mais longo de um rei português, 46 anos. Desde 1987, D. Afonso Henriques é o patrono do Exército Português, e a sua espada encontra-se no Museu Militar do Porto. Esta cidade engloba a história da Região Norte e, por isso, é um importante destino cultural.

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