A Revolução dos Cravos em Portugal: 50 anos de liberdade
19 de abril de 2024
A Revolução dos Cravos, também conhecida como a Revolução Portuguesa de 1974, marcou um momento crucial na história de Portugal, assinalando o fim do regime autoritário do Estado Novo e o início de uma nova era de democracia. No dia 25 de abril de 1974, o país assistiu a um golpe militar pacífico liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), dando início a profundas mudanças sociais, políticas e culturais. O presente texto comemora o 50º aniversário deste acontecimento histórico e enquadra as comemorações organizadas pela Câmara Municipal.
Celebração dos 50 anos de liberdade: Bandeira portuguesa tremulando ao lado de pessoas segurando cravos em homenagem à Revolução dos Cravos
No dia 25 de abril de 1974, a Revolução Portuguesa celebrou o início de uma nova era de democracia em Portugal, considerada um dos momentos mais importantes da nossa história. O golpe militar liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) pôs fim ao regime autoritário do Estado Novo, abrindo caminho para a resolução de um dos maiores problemas que o país enfrentava: a infame guerra colonial, bem como para a democratização e desenvolvimento do país. Foi de madrugada que os militares tomaram conta dos estúdios do Rádio Clube Português e, em direto para toda a nação, declararam o seu desejo de que o país voltasse a ser uma democracia. Uma das formas de mostrarem solidariedade com o povo foi a transmissão de canções que o regime não gostava, como a canção de José Afonso, “Grândola, Vila Morena”.
Este dia será recordado pelo desenraizamento das injustiças e desigualdades sociais gritantes, pela construção de um governo que proclamava a liberdade e a democracia, bem como pela emancipação social e política dos trabalhadores e da população em geral. Por se tratar do 50.º aniversário do 25 de abril, a Câmara Municipal do Porto vai comemorar com vários concertos, um espetáculo de videomapping, actividades para todas as famílias, fogo de artifício e um Cortejo da Liberdade.
Este ano, as festividades terão lugar na véspera, às 22 horas do dia 24 de abril, com um concerto de Bezegol na Avenida dos Aliados. Com uma carreira de quase 12 anos e quatro álbuns editados, este músico portuense é conhecido por explorar e combinar sonoridades tão diversas como o reggae, o funk, o hip-hop e até o fado. Pouco antes da meia-noite, e antes do fogo de artifício, o Coro da Faculdade de Letras da Universidade do Porto interpretará a canção “Grândola, Vila Morena” de Zeca Afonso para assinalar o início deste dia conhecido como o Dia da Liberdade.
No dia 25 de abril, o programa tem início às 10h00 na Praça D. João I, com uma manhã especial dedicada aos mais pequenos, com vários jogos tradicionais e ateliers ligados à revolução e à liberdade. À tarde, pelas 14 horas, o Museu Militar do Porto acolhe uma homenagem aos resistentes antifascistas, cerimónia que antecede o tradicional Cortejo da Liberdade, que começa no início da Rua do Heroísmo, junto à Ex-PIDE, e segue até à Avenida dos Aliados. Por fim, mais dois momentos musicais marcam o final do dia no palco dos Aliados: A atuação de Caruma, às 15h00, e o concerto “Campaniça do Despique”, de Pedro Mestre, uma hora depois, que inclui um coro de Cante Alentejano.
Numa altura em que enfrentamos uma nova realidade política e social em Portugal, acreditamos profundamente que esta celebração é um momento profundo de aprendizagem, reflexão e envolvimento. Esta celebração é aberta a todas as pessoas, de todas as idades e géneros.